Minha relação com a EBPE
No final dos anos 70 comecei meu tratamento psicanalítico com Elizabeth Paulon. Neste período, ela dirigia o Grupo de Estudos Psicanalíticos e Etológicos. Acompanhei, ainda que de longe, o que viria a ser o embrião da Escola Brasileira de Psicanálise e Etologia - EBPE, fundada em 1980 e tendo tido seu estatuto publicado em 1985.
Quando da fundação da EBPE, fiz minha formação psicanalítica e já atuava como assistente dela, tendo participado de todos os projetos sociais que a EBPE promoveu.
Em 1986 e em 1988 estivemos em Londres a fim de encontrar o John Bowlby e estreitar os laços teóricos que nos uniam. Tornei-me tradutora de Bowlby, assim como de Winnicott. Tive minha tese clínica avaliada e aprovada por Bowlby em 1989.
Até 2019, ano de seu falecimento, a Elizabeth dirigiu a EBPE e fui sua vice diretora.
A partir de então, busquei parceria e apoio em Constança Hertz e Julia Braga para darmos continuidade à ideia original de formalizar um conhecimento da psicanálise, através da formação psicanalítica, bem como oferecer debates, cursos livres e encontros clínicos.
Assim temos a nova EBPE – Estudos Bowlbyanos de Psicanálise e Etologia – que se apoia e se estrutura nos pilares aprendidos e vivenciados e, acredito, com vocação para abrangência e profundidade.
Dra. Sonia Monteiro de Barros
Psicanalista
Minha chegada
Para falar de minha chegada à antiga EBPE, preciso remontar à minha adolescência. Aos 16 anos iniciei meu processo de análise, fato que foi absolutamente decisivo em minha vida. Pude tratar efetivamente de inúmeros medos, tristezas e angústias e abrir perspectivas que não imaginava. Na época de fazer minha escolha profissional, após alguma hesitação, optei por estudar Literatura. No entanto o tratamento psicanalítico seguiu como um norte vital para mim e houve um momento em que o desejo de trabalhar com psicanálise se tornou preponderante. A minha referência sempre foi a EBPE e, com o privilégio de estudar sob os cuidados da psicanalista brilhante que foi Elizabeth Paulon, fiz os meus 6 anos de formação, com aulas individuais e muita supervisão. Eu me tornei psicanalista e passei a dar aula de psicanálise.
Hoje, mais de 30 anos depois de começar a me tratar, tenho a sorte imensa de estar ao lado de Sonia Monteiro de Barros, psicanalista também brilhante, a única que realmente pode dar continuidade ao trabalho de ourives de Elizabeth Paulon, na construção de uma nova EBPE. Com nova estrutura e muitas mudanças, a base e os princípios continuam os mesmos.
Seguimos em frente, contando com a parceria de Julia Braga nesta nova EBPE, no exercício diário de uma prática psicanalítica que encontra suas principais referências em Bowlby e Winnicott, sem jamais perder a ternura, por maiores que sejam os desafios.
Dra. Constança Hertz
Psicanalista
Minha jornada
Minha jornada na EBPE começa muito antes da minha formação. Quando criança tive o privilégio de passar por uma curta, porém relevante experiência de análise com a Dra Elizabeth Paulon, fundadora e presidente da antiga Escola Brasileira de Psicanálise e Etologia. Mais tarde, aos 18 anos, já tendo escolhido a psicologia como carreira, fui novamente privilegiada. Desta vez, conheci a Dra Sonia Monteiro de Barros e comecei um longo e intenso processo de análise que me fez descobrir a paixão pela psicanálise e, principalmente, pela arte de clinicar.
Concomitantemente, me graduei em psicologia pela Puc-Rio e cursei mestrado e doutorado na mesma universidade. Minha relação com a psicanálise inglesa sempre me norteou neste percurso, sendo impossível para mim seguir outra linha que não fosse aquela vivida na minha experiência analítica e transmitida posteriormente pelas professoras que tive. Em 2012 iniciei minha formação na antiga EBPE e pude contar com as aulas de Elizabeth Paulon, Sonia Barros e Constança Hertz, que me apresentaram de forma aprofundada a rica teoria do apego, construída por John Bowlby. Poder ser aluna de pessoas que conviveram tão intimamente com um dos grandes nomes da psicanálise foi, e continua sendo, uma experiência marcante e transformadora.
Depois de formada, trabalhei no campo da saúde mental, onde pude conviver de perto com pacientes institucionalizados e aprender diariamente sobre os diversos quadros de psicose. Mais tarde atuei como psicóloga escolar de adolescentes de Ensino Médio, experiência que me fez combinar o olhar clínico com o educacional e que julgo ser essencial para nossa prática como analistas.
Neste momento, damos continuidade ao legado iniciado pela antiga EBPE e seguimos confiantes de que a psicanálise se reinventa a cada dia e em cada encontro.
Dra. Julia Braga do Patrocínio Fernandes
Psicanalista